Lucas e eu estivemos conectados desde o nosso berço. Lembro-me nitidamente de quando, aos cinco anos, meu pai me perguntou como seria o nome do meu irmão.
Com essa idade, é comum que as lembranças sejam nebulosas, mas, por algum motivo, essa é uma das mais vívidas na minha memória.
Estava no banheiro da nossa antiga casa, em Ribeirão Pires, São Paulo. Naquela época, eu mal sabia o que era a vida, como poderia saber? Não me recordo dos motivos ou razões que me fizeram escolher esse nome, mas o que me lembro é que ele saiu sem hesitação.
Nossa infância foi maravilhosa, mesmo com as frequentes brigas. Como irmão mais velho, eu me via na necessidade de ser o chato, o possessivo com os meus brinquedos. Nesses momentos, quase sempre nos desentendíamos, e nossos pais precisavam intervir.
A adolescência, no entanto, transformou nossa relação. Com um pouco mais de maturidade, passamos a nos entender melhor. Começamos a sair juntos, compartilhar gostos em comum, assistir e ouvir as mesmas coisas, viajar com amigos. Tornamo-nos não apenas irmãos, mas amigos.
Existem tantas histórias, tantos momentos, até os mais simples, que me enchem de alegria e orgulho. Orgulho de você, meu amigo, orgulho de você, meu irmão.